Hotel de 5 estrelas junto à Lagoa deverá abrir em 2019

0
20281
notícias das Caldas
Os promotores do projecto são um casal alemão que quer dar ao seu hotel uma vertente ligada à saúde, relaxamento e bem-estar

Chama-se Kawari Beach Resort & Spa e será o primeiro hotel de cinco estrelas a ser construído no concelho das Caldas. Situada na Encosta da Lagoa (junto ao Parque de Merendas do Nadadouro e à Escola de Vela), a unidade hoteleira terá 17 quartos e três suites, spa e piscina interior, num investimento que rondará os 4,5 milhões de euros.
A obra terá uma duração de aproximadamente dois anos, estando prevista a sua abertura em meados de 2019.

Foi em 2012 que o casal alemão Michael Friedrich Duttenhofer e Nahid Kawari visitou a região e se apaixonou pela Lagoa de Óbidos e pela história das termas das Caldas da Rainha. Nahid Kawari, de origem iraniana, é médica dermatologista com especializações na área da saúde e bem-estar, e viu num terreno à beira da lagoa a possibilidade de abraçar um projecto que iria mais longe do que a moradia que o casal inicialmente pretendia ali construir – um hotel com spa associado à cultura e à tradição termal das Caldas.
O Kawari Beach Resort & SPA, como se designará o hotel, surge assim de um autêntico encantamento dos seus promotores pela Lagoa de Óbidos e pelo potencial do concelho caldense. A firma que criaram chama-se Dias Atlânticos Lda. e é uma sociedade por quotas com sede nas Caldas da Rainha.
Para gerir o seu projecto o casal lançou um desafio à empresa caldense Gpessa Engenheiros Associados, Lda, para a construção de um equipamento “suportado nas premissas da sustentabilidade, em serviços de elevada qualidade e um foco muito específico sobre técnicas não invasivas de saúde, relaxamento e bem-estar”, explicou Gustavo Pessa à Gazeta das Caldas.
Situado numa zona sensível e de elevado valor ecológico, o terreno é atravessado pelas restrições da Reserva Ecológica, condicionando a localização do edifício através das distâncias mínimas às margens da lagoa, bem como a sua volumetria e restantes parâmetros urbanísticos. Para a concretização e aprovação do projecto, “muito contribuíram os esforços dos diversos intervenientes, começando pelos promotores, projectistas, Junta de Freguesia do Nadadouro e Câmara das Caldas da Rainha”, reconhece Gustavo Pessa, destacando que só um esforço concertado permitiu tornar o projecto uma realidade.
Por se localizar numa zona sensível e próxima da Reserva Ecológica, o hotel desenvolve-se de uma forma “harmoniosa e não intrusiva” no declive natural da encosta, moldando-se ao terreno existente. As coberturas ajardinadas permitem que o edifício se dilua no terreno de forma natural trazendo a harmonia a todo o espaço envolvente. As linhas arquitectónicas, minimalistas com o objectivo de garantir uma maior maximização das vistas, através dos recursos a grandes envidraçados a sul e oeste, completam igualmente uma premissa de sustentabilidade e passividade do edificado.
De acordo com o responsável, está também previsto o recurso a sistemas construtivos e de eficiência energética e sustentabilidade, graças à “excelente localização e exposição solar do terreno”.

Turismo e cuidados de saúde

O hotel desenvolve-se em três pisos descendentes, partindo da cota zero (relativa à entrada pelo topo da colina) e desenvolvendo-se em três patamares distintos. O primeiro é destinado a alojamento, com sete quartos duplos e duas suítes, uma zona de refeições e bar e um salão principal, com vista sobre a lagoa e o mar. O segundo piso é constituído por uma zona exclusiva de quartos, composta por 10 quartos duplos e uma suíte.
No piso inferior, e mais próximo da lagoa, desenvolve-se o SPA e piscina interior aquecida, com serviços de hidroterapia, sauna, banhos turcos, ginásio e outras actividades de carácter terapêutico e bem-estar. Estas valências podem ser usufruídas não só pelos utentes do hotel, como pelo público em geral, suprimindo as carências de oferta neste segmento na região, e em particular no concelho caldense.
Será também construída uma zona social exterior que se inicia no lounge-bar exterior e que se prolongará por um jardim envolvente, que poderá albergar eventos e actividades culturais.
O projecto foi aprovado na Câmara das Caldas e a obra terá uma duração de aproximadamente 24 meses, estando prevista a sua abertura em meados de 2019. O valor do investimento directo rondará os 4,5 milhões de euros.
Tem prevista a criação de cerca de 30 postos de trabalho directos, assim como o estabelecimento de parcerias com algumas empresas da região, como é o caso de lavandarias, companhias de transporte (autocarros e táxis), empresas desportivas, agricultores, vinicultores, entre outras.
Gustavo Pessa acredita que este equipamento de luxo terá um impacto considerável na região porque vai fazer uso de recursos locais, tanto nos serviços e fornecimentos, como ao nível da criação de emprego.