A Visabeira assumiu formalmente o compromisso de construção de um hotel de cinco estrelas nos Pavilhões do Parque e edifício da antiga Casa da Cultura, ao depositar uma caução de 40,3 mil euros. Este montante corresponde a 2% das rendas devidas durante a vigência do contrato, que é de 48 anos.
Esta medida vem na sequência da adjudicação da concessão dos Pavilhões do Parque para a instalação de um hotel, que foi aprovada por unanimidade na Câmara das Caldas na reunião de 24 de Julho. Embora tendo votado favoravelmente a concessão, o vereador do CDS-PP, Rui Gonçalves, deixou algumas considerações ao estudo prévio apresentado pela empresa. O vereador critica, desde logo, a volumetria apresentada nos desenhos 3D na ligação entre os Pavilhões e o edifício do Céu de Vidro, dizendo que é “claramente desproporcionado e como tal despropositado, em volume, em material e consequentemente em impacto visual”. No seu entender, vai muito para além de um mero elemento de ligação, competindo com os edifícios que interliga.
Para Rui Gonçalves, a solução de ligação entre os dois edifícios, deve ser minimalista e cumprir apenas a sua função de passagem e constituir-se um “ponto e momento de “respiração” visual, tanto para o Parque como para o largo do Hospital Termal”.
O vereador centrista considera “inaceitável” a construção de um novo volume, a dar continuidade ao edifício do Céu de Vidro, para o lado Parque, fazendo o alinhamento com as fachadas dos Pavilhões. Defende que o PDM em vigor não permite a sua construção nem o caderno de encargos prevê essa possibilidade.
Rui Gonçalves alerta também para a desvirtualização da função do Céu de Vidro – que estabelece um eixo visual e sensorial entre o Parque e o Hospital Termal – ao ser tapado, e reduzindo-o a um lanternim. “Já os pisos subterrâneos, para estacionamento e áreas técnicas, também previstos, além de obrigarem ao abate de pelo menos três árvores centenárias existentes, terão que ter em consideração os níveis freáticos”, acrescenta.
O autarca deixa o reparo para o facto do estudo de viabilidade não apresentar valores concretos, não especificar o montante de investimento elegível para apoio comunitário e a percentagem de comparticipação.
De recordar que a Visabeira prevê investir 14,4 milhões de euros na construção do Montebelo Bordallo Pinheiro. O hotel de cinco estrelas terá capacidade para 214 camas, piscinas exterior e interior (com espaço para tratamento com águas termais), restaurante, salas para realização de eventos e galeria e atelier de cerâmica.