Pacto Ecológico para a Europa

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Gazeta das Caldas
Paulo Lemos

Como procurei transmitir ao longo das minhas crónicas a sustentabilidade não é apenas um assunto de moda mas uma questão crucial para o nosso bem estar, saúde e para as futuras gerações.
Parte da riqueza criada pelo corrente modelo económico resulta do uso de recursos que deveriam ficar disponíveis para as próximas gerações. A crescente informação que recebemos dos cientistas apontam para cenários catastróficos como consequência das alterações climáticas se nada for feito.
A Comissão colocou como primeira prioridade neste novo mandato o “Pacto Verde para a Europa”.
O documento foi apresentado em Dezembro de 2019 e a estratégia de financiamento da transição que o Pacto Verde implica foi apresentada recentemente.
A visão da Comissão aponta para uma sociedade mais circular e com baixas emissões de carbono. O Green Deal propõe um objetivo de redução de emissões de gases com efeito estufa de 55% em 2030 de modo a que, em 2050, sejamos neutros em termos de emissões de gases com efeito estufa.
O Pacto Ecológico Europeu abrange todos os setores da economia, nomeadamente os transportes, a energia, a agricultura, o imobiliário e indústrias como o aço, o cimento, as tecnologias de informação, os têxteis e os químicos.
A implementação deste pacto será levada a cabo por vários instrumentos como uma lei europeia do clima. a estratégia de biodiversidade para 2030, a nova estratégia industrial, o plano de ação para a economia circular, a estratégia «do campo ao prato» para uma alimentação sustentável e propostas para uma Europa sem poluição.
A transição para uma economia circular irá contribuir significativamente para a redução de emissões de gazos com efeito estufa. O novo plano para a economia circular irá apostar em ações que vão para além da reciclagem e que promovam a durabilidade dos produtos, o reuso, a reparação e que combatam a obsolescência dos produtos ao fim de poucos anos. Sectores problemáticos em termos de consumo de recursos como os têxteis ou a construção irão ser objeto de planos de ação específicos tal como já foi feito para os plásticos.
Na área dos plásticos especial atenção será dada à prevenção de emissões de microplásticos. A promoção de conteúdo reciclado em novos produtos será incentivada e os plásticos de uso único continuarão a ser restringidos.
A Presidente da Comissão Von der Leyen considerou o Pacto Verde como “o momento homem na Lua da Europa” uma alusão ao discurso na tomada de posse do Presidente dos EUA John Kennedy em 1960.
Neste discurso o Presidente Kennedy, apresentou a visão de colocar um homem na Lua até ao fim da década de 60 e referia que tomava esta decisão não porque era fácil mas porque era difícil.
A transição para uma sociedade mais sustentável vai ser muito difícil, mas tem de ser feita. Devemos este esforço ao planeta que nos acolhe, mas também às gerações futuras que o irão herdar.
Resta –me agradecer à Gazeta das Caldas a oportunidade de contribuir para o debate público sobre as questões de sustentabilidade.

Paulo Lemos
pagulit@gmail.com