Rota Simppetra precisa-se!

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Ana Pacheco

No último “Olhar e Ver” do passado dia 6 de julho sobre a Arte aqui tão perto, embalei na conversa e ultrapassei o limite dos 3500 caracteres. Mea culpa…
Após um justo cartão amarelo salvou-se tudo faltando unicamente o anúncio antecipado dos assuntos sobre que iria escrever na próxima crónica ou seja: esta que está a ler.
A saber: o SIMPPETRA (Simpósio Internacional de Escultura em Pedra das Caldas da Rainha), criado em 1986, e que é hoje um dos mais antigos e requisitados simpósios de escultura a nível mundial e o Jardim da Água, considerada a maior obra de cerâmica urbana, da autoria de Ferreira da Silva e a participação produtiva da Fábrica Molde e do Cencal.
Em mais de 30 anos e 16 edições o SIMPPETRA, iniciativa da CM das Caldas da Rainha, tem promovido e envolvido intercâmbio cultural e artístico entre artistas internacionais, estudantes de Belas Artes e o público que se interessa pela Arte, em particular a Escultura de Pedra.
Este evento bienal que já produziu mais de 100 esculturas com artistas de todo o mundo escolhidos de entre inúmeras candidaturas, teve a sua última edição em 2016 e era portanto esperado este ano de 2018.
Passou uma semana e numa pequena notícia de primeira página a desilusão:” Este ano não há SIMPPETRA!”
As razões apresentadas, como “a necessidade de fazer uma pausa e distribuir as peças pelo concelho” parecem frágeis e certamente serão melhor explicadas.
A cidade das Artes que é as Caldas da Rainha, onde existe uma escola de referência a ESAD (Escola Superior de Arte e Design), cuja interação com a indústria é já uma realidade a aprofundar com vantagens mútuas, assim o merece!
De realçar também o importante apoio das empresas pedreiras Granital, José Luis Cochicho, Pedramoca e Sousa & Catarino (vidé noticia Gazeta das Caldas 29.6.2012 a propósito da 14ª edição). Será que estes patrocínios em matéria prima se mantêm? Foram devidamente divulgados como advém do estatuto de mecenas cultural? Que visibilidade receberam? Que justo retorno para as empresas?
Desafio interessante relacionar as respostas a estas perguntas com o anúncio recente da suspensão do SIMPPETRA e futuro alargamento do prazo para 4 em 4 anos…
Este Simpósio que já produziu tantas obras de arte para espaços públicos tem sido, na minha opinião, demasiado discreto. Para além das obras que permanecem no jardim do Centro de Artes onde foram esculpidas, e algumas outras espalhadas na cidade, é difícil encontrar as restantes.
Sugiro criar uma Rota integrada das principais esculturas da cidade
Divulgar e promover as esculturas através de um Guia com apresentação das obras e sua localização nos espaços públicos de modo a serem vistos e apreciados por quem cá vive e quem nos visita, nomeadamente turistas nacionais e estrangeiros seria certamente um fator importante para o desejado desenvolvimento do Turismo na Região Oeste.

Ana Maria C. Pacheco
ana.maria@airo.pt