A Semana do Zé Povinho – 25/11/2016

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1-fernandaDesde que o fado foi considerado Património Imaterial da Humanidade, não têm parado de surgir em Portugal fadistas ou cantautores que vêm enriquecer o panorama deste género musical tão característico do país.
Os nomes sucedem-se, com a particularidade de se destacarem pela qualidade e mesmo pelo conteúdo dos fados que escolhem e que interpretam.
Na passada semana os caldenses foram brindados com a apresentação em estreia de um álbum pela artista conterrânea Fernanda Paulo, que mereceu as melhores referências por todos os que assistiram.

Para mais, Fernanda Paula escolheu um conjunto de temas de grande relevo, mesclando as suas escolhas com temas de origem diversas, alguns de nomes consagrados, como do escritor português David Mourão Ferreira ou do brasileiro Vinicius de Moraes.
“Ar de Fado” não foi um espectáculo convencional, antes foi uma festa total em que não faltou um toque da arte teatral, que também reúne as preferências da cantora devido à sua formação académica.
Está, pois, de parabéns esta caldense que aos 13 anos ensaiou a sua primeira experiência fadista, à qual acrescentou os seus conhecimentos do canto lírico, mostrando a riqueza que é a fusão destes vários estilos para levar mais longe a canção típica da língua portuguesa que hoje já tem estatuto à escala global.

Captura de ecrãGazeta das Caldas dá
Se para os caldenses este facto, dado ser tão usual e antigo, é pouco relevante, deveria, no entanto, ser considerado de uma forma mais poderosa e organizada para o tornar mesmo um foco de atracção no panorama nacional da comida saudável e diversificada.
Em todo o mundo a luta contra a “junk food”, ou seja a “comida lixo” (definida cientificamente como os “alimentos com alto teor calórico, mas com níveis reduzidos de nutrientes”), é hoje muito importante, podendo a praça das Caldas da Rainha ser uma verdadeira montra do seu oposto, ou seja, daquilo que se deve comer.
Este tema é muito importante em inúmeros países, de que é exemplo os Estados Unidos, onde a ainda primeira dama Michelle Obama desenvolveu uma intensa campanha para combater a obesidade, especialmente nas crianças e jovens, fruto dos maus hábitos alimentares no seu país.
O consumidor atento, que enraíza hábitos salutares e higiénicos de procurar a comida que vem directamente da natureza, sabendo encontrar os nutrientes adequados para a sua dieta alimentar, pode considerar-se nas Caldas um privilegiado perante uma oferta tão aprimorada.
Zé Povinho decreta assim a sua condenação pela comida que tão mal faz à saúde dos humanos, sabendo que mesmo assim já há na restauração estabelecimentos que estão atentos a estas novas tendências e sabem apresentar aos seus clientes novas ementas, ou as mesmas ementas enriquecidas com elementos naturais genuínos da região.
Sancione-se pois a “junk food” e glorifique-se o mercado das Caldas que poderá ser um exemplo paradigmático para o futuro da comida saudável portuguesa, que dá corpo à dieta mediterrânica em breve transformada também em Património da Humanidade da UNESCO.