A semana do Zé Povinho – 09/11/2019

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Gazeta das Caldas
| D.R.
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Zé Povinho não é muito esclarecido sobre as grandes questões militares e nem tem percebido muito bem o que se está a passar com o desaparecimento e estranho reaparecimento das armas e munições dos paióis de Tancos, mas ficou deveras impressionado com o desfile que teve lugar na Avenida da Liberdade, em Lisboa, no passado domingo.
Segundo a comunicação social e os responsáveis pelo desfile, tratou-se da maior parada militar em Portugal nos últimos cem anos, para celebrar o dia do Armistício, comemorando o fim da I Grande Guerra em que morreram cerca de sete mil portugueses, entre os milhões de vítimas, militares e civis, dos contendores nessa guerra atroz que dividiu a Europa. Contudo o desfile pretendia “homenagear a paz e honrar a memória de todos os que lutaram e morreram pela Pátria”, pelo que todas as pessoas se devem regozijar pelo mesmo, apesar de algumas décadas depois a Europa ter caído em novo conflito, no que foi a II Grande Guerra, em que morreram mais alguns milhões de pessoas, civis e militares. Felizmente que com a Comunidade Económica Europeia e depois com a União Europeia, os europeus tivessem dado nova orientação às suas políticas e nunca mais tivesse havido nos últimos 70 anos novo conflito.
Mas os caldenses ainda ficaram mais satisfeitos ao verificarem pela televisão que o desfile de todos aqueles 4500 elementos, dos quais 3437 militares eram das Forças Armadas, 390 da GNR, 390 polícias da PSP e 160 antigos combatentes, eram comandados pelo Major-General Piloto Aviador Paulo José Reis Mateus, actualmente Comandante da Academia da Força Aérea.
Paulo Mateus é um caldense que fez com brilhantismo a sua carreira na Força Aérea como piloto aviador, um dos ramos das Forças Armadas cujas missões mais diretamente revertem para toda a população, pelo que Zé Povinho o saúda e felicita, desejando-lhe que continue a singrar na sua missão militar e de paz.

 

 

[caption id="attachment_126140" align="alignleft" width="300"]Gazeta das Caldas | D.R.[/caption]

A abertura, a transparência e a humildade não são atributos do crispado ministro do Planeamento e das Infraestruturas Dr. Pedro Marques. O governante prometeu ao país em 2016 um Plano de Investimentos Ferroviários, designado Ferrovia2020, no qual a Linha do Oeste era uma feliz contemplada (apesar do documento só prever a modernização de metade do seu percurso, entre Meleças e Caldas da Rainha).
Três anos depois, as obras que então foram prometidas para Dezembro de 2017 ainda estão à espera que seja lançado o concurso público.
Numa sociedade democrática avançada, um governante que tivesse feito tais promessas e não as tivesse cumprido, viria a terreiro explicar as razões dos atrasos e anunciar quando avançaria o projecto. Um pedido de desculpas também não lhe ficaria mal. Afinal prometeu e não cumpriu.
Mas o Dr. Pedro Marques entende que não deve dar cavaco a ninguém. A prestação de contas à população não é por ele entendida como um saudável exercício de cidadania por parte de um governante. Na sua arrogância, o ministro não dá explicações sobre os motivos que o levaram a faltar à palavra dada no que concerne à (meia) modernização da linha do Oeste.
Zé Povinho gostaria que, de uma vez por todas, o Dr. Pedro Marques esclarecesse os oestinos se a sua linha férrea vai mesmo ser modernizada, e quando, ou se anda a gozar com toda a gente e o projecto acabou mesmo por derrapar para o horizonte 2030.