Gazeta das CaldasO Presidente da República fez uma simples pergunta e logo lançou um debate que tem sido intenso na última semana. Perguntou até que ponto o Estado não tem a obrigação de intervir no apoio aos meios de comunicação social, os quais vivem uma “situação de emergência” que “já constitui um problema democrático e de regime”.
Marcelo Rebelo de Sousa disse que tem pensado se “não será possível uma forma de intervenção transversal, a nível parlamentar, que correspondesse a um acordo de regime” para ajudar à sobrevivência de uma imprensa livre e plural. “Não queria terminar o meu mandato presidencial com a sensação de ter coincidido com um período dramático da crise profunda da comunicação social em Portugal. E, portanto, da liberdade em Portugal e, portanto da democracia em Portugal”, acrescentou
Zé Povinho – que é do tempo em que se multiplicavam no país os jornais, as gazetas e os folhetins – só pode felicitar o senhor Presidente pela sua preocupação “em encontrar decisões ou medidas que minimizem este tipo de crise”.
A questão é delicada porque o mesmo Estado que pode ajudar a comunicação social dificilmente resiste a controlá-la. Por isso o assunto deve ser estudado e, como sugere o Presidente, “ver o que se faz lá fora”, em algumas democracias avançadas que possam inspirar o caso português.
Uma coisa é certa: se nada for feito, a crise que afecta o sector pode pôr em causa o pluralismo, a liberdade de imprensa e, logo, a própria democracia. Sem uma imprensa livre não há uma verdadeira democracia. Por isso esteve bem o Presidente da República em chamar a atenção para a necessidade de se pensarem formas de apoiar a comunicação social em Portugal.

Gazeta das CaldasOs britânicos não sabem como sair do trinta e um, em que se meteram, com o Brexit.
Criado como manobra política do anterior primeiro ministro, David Cameron, para calar os opositores do seu partido e da oposição, a “brincadeira” saiu-lhe cara, uma vez que a expectativa de não haver saída da União Europeia não se concretizou e houve uma maioria inesperada que votou a saída.
O resultado apanhou de surpresa tudo e todos, mesmo os apoiantes indefectíveis da saída da Europa Comunitária, uma vez que, para que tal acontecesse, de tudo se tinham servido, incluindo as mentiras propaladas e ampliadas por redes sociais controladas do exterior, tal como havia acontecido na eleição americana de Trump.
Perante a derrota no referendo, que Cameron alimentou cinicamente, o próprio saiu e Theresa May assumiu a liderança do governo britânico, quando afinal até era uma apoiante da manutenção na UE.
Já lá vão largos meses de negociação, cujos resultados parecem não agradar a ninguém, mesmo aos dirigentes europeus, que do mal menor, querem é que o processo se concretize o mais rapidamente possível para que as consequências sejam minimizadas.
Só que, internamente, este resultado não agrada a quase ninguém, para além dos alguns indefectíveis da senhora May, pelo que não se sabe como tudo vai terminar. May vai cair e haverá novo governo conservador ou o país vai para eleições? Ou haverá um segundo referendo, quer seja em relação à aceitação do próprio acordo com a UE, ou mesmo um novo teste ao Brexit?
Os ingleses liderados pela senhora May meteram-se num beco que parece não ter saída, havendo muitos habitantes do Reino Unido que temem que este fique um verdadeiro Reino Desunido, com os escoceses e parte dos irlandeses a quererem ficar na União Europeia.
Zé Povinho, que gostava de ver a continuidade dos britânicos na Europa, pensa que Theresa May não vai sair bem desta provação e que a prazo haverá novas dificuldades para o país e para a Europa, que eram bem desnecessárias neste momento.