Hotel nos Pavilhões do Parque pode arrancar no início do ano

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Ainda há um longo caminho processual para que os pavilhões se transformem em hotel
O presidente da Câmara das Caldas, Tinta Ferreira, diz que a obra do hotel de cinco estrelas nos Pavilhões do Parque poderá arrancar no início do próximo ano. O autarca espera que o projecto de arquitectura possa ser aprovado ainda este ano e que logo a a seguir se avance com o de especialidades e respectivas aprovações.

O projecto de arquitectura do Montebelo Bordallo Pinheiro Hotel – um investimento de 14,4 milhões de euros – já foi entregue há algum tempo na Câmara, mas como este prevê um aumento do número de pisos dos pavilhões, teve que ser feita uma alteração ao regulamento do centro histórico da cidade para acomodar essa intenção do promotor. Esta modificação será apreciada em sessão de Câmara na próxima segunda-feira (14 de Outubro) e visa permitir que cada piso dos pavilhões, que tem seis metros, possa ser dividido em dois.
Só depois disso, o documento seguirá para a Assembleia Municipal de 22 de Outubro para, caso seja aprovado, ser publicado em Diário da República.
A partir dessa altura, já o projecto de arquitectura do hotel poderá ser apreciado de uma forma definitiva pela Câmara, que depois o remeterá para apreciação da Direcção Geral do Património Cultural (DGPC). O projecto será também apresentado na Assembleia Municipal e é provável que depois baixe à respectiva comissão, enquanto as várias entidades do Estado dão os seus pareceres.
Caso tudo corra dentro dos prazos previstos, a obra começará no início de 2020 e deverá estar concluída em 2022. De acordo com a Visabeira, a duração dos trabalhos será de 24 meses.
O contrato de concessão entre a Câmara das Caldas e a Visabeira dava como data limite de abertura ao público o dia 2 de Dezembro de 2020, mas já se sabe que este prazo não será cumprido.
O presidente da Câmara diz que já falou informalmente com a Direcção Geral do Tesouro e Finanças (entidade proprietária do imóvel) e tem a informação que não haverá problemas quanto ao prolongamento do prazo.
“Só com a apresentação dos prazos efectivos da obra é que a autarquia poderá formalizar a extensão desses prazos”, referiu o autarca.
Tinta Ferreira explica ainda que foi assinado um contrato no âmbito do programa Revive e que há “todo o empenho da administração central em que este resulte”. Por isso, o atraso não colocará em causa o programa. “Sempre tivemos a noção que este não era um processo simples pois estamos a falar de um imóvel em vias de classificação [com as mesmas regras de um imóvel classificado], inserido no centro histórico das Caldas”, concretizou.

CÉU DE VIDRO MANTÊM-SE ABERTO

O projecto entregue na Câmara das Caldas prevê a construção de um hotel com 124 unidades de alojamento. Os quartos situam-se nos pisos superiores dos pavilhões, enquanto que os restantes pisos albergarão salas de reuniões e eventos, uma piscina coberta, com circuito de água termal e spa.
A entrada para o hotel far-se-á pelo Céu de Vidro, que continuará a manter-se aberto à passagem das pessoas para o Parque.
O parque de estacionamento fica situado no edifício multiusos, que é criado no local onde existiu o Salão Ibéria, e que acolherá também uma sala multiusos e uma piscina exterior.
A entrada e saída do estacionamento far-se-á pela Rua Bordalo Pinheiro.
A Casa dos Arcos e um outro edifício, de apoio aos pavilhões, serão reabilitados para galeria de arte e atelier de cerâmica, com ligação à fábrica e museu Bordalo Pinheiro, com projectos de residências artísticas internacionais.
A estimativa de investimento é de 14,4 milhões de euros e inclui as obras de alteração e ampliação dos pavilhões e os arranjos exteriores.

 

Estado quer concessionar a Casa do Mel e Casa Florestal da Senhora Vitória

A Casa do Mel, no Cadaval, e a Casa Florestal da Senhora Vitória, em Alcobaça, são dois dos 96 imóveis que a secretaria de Estado do Turismo, incluiu no programa Revive Natureza. A lista completa ainda não foi divulgada, o que só acontecerá após a sua publicação em Diário da República, mas Gazeta das Caldas apurou junto de fonte oficial que estes dois imóveis fazem parte daqueles que o Estado pretende que sejam recuperados para fins turísticos.
Os imóveis são, na sua maioria, antigas casas florestais, postos de guarda-fiscal e outros pequenos imóveis inseridos na natureza e que estão abandonados um pouco por todo o país. O Estado irá privilegiar o arrendamento dos mesmos e, para tal, criou um fundo imobiliário especial de 5 milhões de euros que visa o apoio à recuperação dos edifícios.
Este programa inspira-se no Revive, que foi criado em 2016 para concessionar imóveis classificados. Até agora foram incluídos 48 imóveis, entre os quais os pavilhões do Parque, nas Caldas da Rainha, mas também o Mosteiro de São José em Évora, o Convento de São Paulo em Elvas, o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova em Coimbra e o Forte do Guincho (em Cascais).